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COP30: Acordo Final Omite Roteiro para Eliminar Combustíveis Fósseis - Impactos e Próximos Passos
COP-30: Balanço Final e as Dúvidas sobre o Futuro Climático
A COP-30, realizada na Amazônia, chegou ao fim com um documento final que gerou reações mistas. Apesar de algumas conquistas, a ausência de um roteiro claro para o abandono dos combustíveis fósseis e a falta de ambição em algumas áreas frustraram ambientalistas e países em desenvolvimento.
O Grande Obstáculo: O Futuro dos Combustíveis Fósseis
Um dos pontos cruciais que ficou de fora do documento final foi a definição de um roteiro para que o mundo abandone o uso de combustíveis fósseis, como o petróleo. Essa omissão, considerada uma grande falha por muitos, contrasta com o apelo de diversos países, incluindo o Brasil, e de figuras como o Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres, que defendiam a criação de um mapa para a transição energética.
A resistência, liderada por países árabes e pela Rússia, impediu que o tema fosse incluído no texto final, gerando frustração entre os que esperavam avanços significativos no combate ao aquecimento global.
Adaptação às Mudanças Climáticas: Avanços e Retrocessos
A COP-30 trouxe alguns avanços no que diz respeito à adaptação às mudanças climáticas. O documento final cita a necessidade de que os países se esforcem para triplicar os recursos para adaptação até 2035. Contudo, essa meta foi vista com ressalvas, pois o prazo para o financiamento foi postergado, enquanto a urgência da crise exige ações mais imediatas.
A definição de indicadores para medir a adaptação dos países, incluindo parâmetros relacionados à saúde, saneamento e acesso à água, foi considerada positiva. A possibilidade de revisão desses indicadores nos próximos dois anos é vista como uma oportunidade para ampliar a ambição do texto.
Financiamento Climático: Desafios Persistem
O financiamento climático, um dos temas mais polêmicos da COP, também foi abordado. Foi criado um grupo de trabalho para discutir o assunto nos próximos dois anos, o que foi visto como positivo. No entanto, o texto não aumentou a ambição em relação ao volume de recursos que os países ricos precisam repassar aos países em desenvolvimento.
O documento apenas reitera a necessidade de mobilizar pelo menos 300 bilhões de USD por ano para ações climáticas até 2035, valor já acordado na COP-29, frustrando as expectativas das nações em desenvolvimento.
Vitória dos Povos Indígenas
Um dos pontos altos da COP-30 foi o reconhecimento do papel dos povos indígenas na mitigação climática. O documento final destaca a importância de respeitar os direitos dos povos indígenas, incluindo seus direitos territoriais e conhecimentos tradicionais. Essa conquista foi celebrada por ambientalistas e representantes indígenas, que viram no reconhecimento uma vitória importante.
Conclusões e Perspectivas
A COP-30 deixou um saldo misto. Apesar de algumas conquistas, a ausência de um compromisso claro em relação aos combustíveis fósseis e a falta de ambição em questões financeiras e de adaptação lançam dúvidas sobre a capacidade da comunidade internacional de enfrentar a crise climática com a urgência necessária. O futuro da ação climática dependerá da capacidade de os países superarem suas divergências e agirem com determinação para proteger o planeta.