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Tarifas Ameaçam Exportação: Café Brasileiro Enfrenta Desafios no Mercado Americano
Brasil em Alerta: Tarifaço dos EUA Ameaça Liderança no Mercado de Café
O Brasil enfrenta um cenário desafiador no mercado global de café. A imposição de um tarifaço de 50% pelos Estados Unidos sobre as importações do produto brasileiro coloca em risco a posição do país como principal fornecedor no maior mercado consumidor de café do mundo. O alerta é de Marcos Matos, diretor executivo do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Perda de Mercado e Concorrência Crescente
A preocupação central é a perda do acesso ao mercado americano, crucial para as exportações brasileiras. A sobretaxa imposta abriu espaço para outros países, como México, Honduras e Colômbia, aumentarem suas exportações aos EUA. Matos ressalta o risco do Brasil, que conquistou a liderança nesse mercado, ser relegado a uma posição inferior, especialmente com a perspectiva de aumento da produção mundial de café.
Impacto Financeiro e Reação do Setor
A aplicação da alíquota já causou mudanças significativas. Os Estados Unidos, que em julho eram o principal destino do café brasileiro, passaram para a terceira posição em setembro, atrás da Alemanha. O Cecafé aponta que os impactos para os exportadores são "incalculáveis", com prejuízos decorrentes da postergação, suspensão e cancelamento de contratos.
Dados do conselho revelam uma queda de 52,8% nos embarques de café brasileiro aos EUA em setembro. O setor exportador defende a inclusão do café na lista de exceções ao tarifaço.
Reações e Estratégias
O setor exportador está intensificando esforços para que o café seja isento da tarifa. A abertura de diálogo entre os governos brasileiro e americano, iniciada com conversas entre os presidentes Lula e Trump, é vista como um passo positivo.
Paralelamente, o setor busca a diversificação de mercados, com foco na preservação de mercados consolidados, como Estados Unidos e Europa, e na abertura de novos destinos, como China e Austrália.
Cenário Atual e Perspectivas
O aumento de 40% no preço internacional do café, somado à tarifa de 50% sobre o grão brasileiro, inviabiliza os embarques. A alta inflacionária do café nos EUA, a pressão da opinião pública e o fim do estoque da indústria local influenciam no convencimento das autoridades para isentar o café. Diante da escalada tarifária, dos estoques mundiais baixos e das incertezas quanto à nova safra, os preços do grão tendem a seguir elevados no mercado internacional pelo menos até o fim do ano.
O futuro do café brasileiro no mercado americano depende da resolução rápida do impasse tarifário e da capacidade do Brasil de se manter competitivo em um cenário global em constante mudança.