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Giulio Bertelli, Herdeiro da Prada, Faz sua Estreia no Cinema com Filme Inovador
Giulio Bertelli: Da Vela aos Set de Filmagem, Uma Nova Jornada no Cinema
O italiano Giulio Bertelli, aos 35 anos, trilha um novo caminho, desta vez longe das águas da vela, esporte que pratica desde a infância. Após uma trajetória esportiva sólida, Bertelli se aventura no cinema, com a estreia de seu primeiro longa-metragem como diretor, Agon, no Festival do Rio.
Um Novo Capítulo no Brasil
“É a primeira vez que viajo com o longa e me conecto com um público diferente. E, sendo no Brasil, é especial”, declarou Bertelli ao jornal O Globo, durante sua estadia em Copacabana. A experiência no Rio de Janeiro, com direito a visita a um reduto de samba, marca o início de uma nova fase em sua carreira.
A Escolha por um Caminho Diferente
Filho de Miuccia Prada, dona da grife Prada, e de Patrizio Bertelli, empresário do mesmo grupo, Giulio optou por não seguir os passos da família no mundo da moda, diferentemente de seu irmão Lorenzo. “Apesar de eu ser muito próximo de todos eles, nunca pensei em trabalhar com moda. Não há espaço para isso na minha vida. Já faço muitas coisas na arquitetura, no esporte e, agora, no cinema”, explicou.
Agon: Uma Análise da Violência Através do Esporte Feminino
Agon mergulha na jornada de três atletas – esgrima, tiro ao alvo e judô – em busca de uma vaga nos fictícios Jogos Olímpicos de Ludoj-2024. A trama explora contextos políticos, sociais, tecnológicos e físicos que desafiam as competidoras.
A judoca do filme é interpretada por Alice Bellandi, medalhista olímpica, que contribui com sua experiência para a obra. O filme estreou em Cannes e agora se apresenta no Festival do Rio.
Bertelli explora o paradoxo entre esporte e violência: “O filme fala sobre a contradição entre esporte e violência. Acho que, vista pelos olhos de três jovens mulheres, esse paradoxo fica ainda mais forte.” Ele escolheu disciplinas com raízes militares para evidenciar a transição do preparo bélico à performance esportiva.
Recepção e Expectativas
Agon tem recebido elogios, com destaque para sua “fotografia exuberante, bem trabalhada”. Para a executiva do festival, o longa representa um “respiro diferente para o cinema italiano”.
Bertelli, ciente de seus privilégios, enfatiza a importância de seu trabalho: “Sou consciente de que tenho privilégios. Por isso, ponho sobre mim muita pressão para fazer algo bom e evitar que o preconceito de algumas pessoas seja validado. Antes da minha origem, deixo que meu trabalho fale por mim.”