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Cessar-Fogo em Xeque: Israel e Hamas Trocam Acusações Após Novos Ataques
Cessar-fogo entre Israel e Hamas: Tensão Crescente e Riscos de Ruptura
O cessar-fogo entre Israel e o Hamas, firmado em 10 de outubro com mediação dos Estados Unidos e do Egito, entrou em sua segunda semana sob crescente tensão. Apesar das declarações de ambas as partes sobre o compromisso com o acordo, novos ataques e acusações mútuas ameaçam a continuidade da trégua.
Ofensiva Israelense e Reações
No domingo (19), Israel lançou sua maior ofensiva desde o início do cessar-fogo, realizando ataques aéreos na Faixa de Gaza e suspendendo temporariamente a ajuda humanitária. O governo israelense justificou a ação como resposta à morte de dois soldados atingidos por militantes palestinos no sul do território.
Segundo o The New York Times, autoridades de saúde de Gaza relataram 44 palestinos mortos no mesmo dia. Apesar da gravidade dos confrontos, representantes de Israel e do Hamas declararam publicamente a manutenção do cessar-fogo.
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Acusações Cruzadas e Impasse em Rafah
As Forças de Defesa de Israel afirmaram que os ataques foram motivados por uma “violação flagrante” do acordo, acusando combatentes palestinos de disparar um míssil antitanque e abrir fogo contra soldados na região de Rafah. O Hamas negou a autoria do ataque, acusando Israel de fabricar pretextos.
A suspensão temporária da entrada de ajuda em Gaza, decidida por Israel, também reacendeu tensões. O cessar-fogo prevê o envio diário de até 600 caminhões com suprimentos, mas a operação foi interrompida durante os ataques. A ONU informou que, desde o início da trégua, o volume de ajuda aumentou, mas que mais pode ser feito, especialmente com a reabertura da travessia de Rafah.
Troca de Reféns e Corpos
Durante a última semana, o Hamas devolveu 20 reféns vivos e 12 corpos a Israel. O acordo prevê a devolução de 25 corpos de reféns em troca de 150 palestinos mortos, além da liberação de 2 mil prisioneiros palestinos, já concretizada.
Israel afirma que o mecanismo de troca se aplica apenas aos reféns israelenses, gerando divergências na interpretação do acordo.
Próxima Fase das Negociações
A segunda etapa das negociações deve tratar de questões mais complexas, como o futuro governo de Gaza, a entrega de armas pelo Hamas e a presença militar israelense no território. Diplomatas americanos e egípcios trabalham para retomar as conversas no Cairo.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, acusou o Hamas de “reiteradas violações” e cobrou uma resposta imediata dos mediadores internacionais. Fontes diplomáticas indicam que o cessar-fogo poderá ruir a qualquer momento se não houver avanços concretos na liberação de corpos e reféns, e na reconstrução de Gaza.