Detalhes do Artigo

Ambipar em Crise: Ex-CFO Marca Reunião Secreta na CVM, Revela Documentos

Publicada em: 04-10-2025 Autor: Yuri Kiluanji

Ex-CFO da Ambipar (AMBP3) Marca Reunião com CVM em Meio à Crise Financeira

O ex-diretor financeiro (CFO) da Ambipar (AMBP3), João Daniel Pirran de Arruda, agendou uma reunião com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para a próxima segunda-feira, conforme reportado pelo Estadão. A reunião ocorre em meio a uma grave crise financeira que assola a empresa, com as ações da Ambipar despencando significativamente no mercado.

Assessoria Jurídica de Peso

Arruda estará acompanhado por dois renomados escritórios de advocacia na reunião com a CVM:

  • Vieira Rezende Advogados: Conhecido por sua atuação na defesa de Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas (AMER3).
  • David Rechulski Advogados: Envolvido na defesa da Braskem durante a CPI que investigou a tragédia ambiental em Maceió.

A escolha desses escritórios sugere a complexidade e a gravidade das questões em pauta.

Trajetória de João Daniel Pirran de Arruda

Formado em administração de empresas pela FGV, Arruda ocupou o cargo de CFO na Ambipar por pouco mais de um ano, após uma longa carreira de mais de uma década no Bank of America Merrill Lynch. Ele deixou a posição em 22 de setembro, sendo substituído cumulativamente por Ricardo Rosanova Garcia, então diretor de relações com investidores.

Crise Financeira da Ambipar: Queda Vertiginosa das Ações

A Ambipar tem enfrentado uma crise financeira severa. Nesta sexta-feira (3), as ações da empresa sofreram uma nova queda de 54%, acumulando uma desvalorização de 90% em apenas um mês.

A empresa considera entrar com pedido de recuperação judicial tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, onde está concentrada uma parte significativa de suas dívidas e garantias.

O Estopim da Crise: Contrato com o Deutsche Bank

O ponto central da crise parece ser uma série de mudanças em um contrato de empréstimo de US$ 35 milhões (R$ 186 milhões) firmado com o Deutsche Bank em 18 de setembro. Um aditivo contratual, supostamente negociado por um executivo do grupo diretamente com o banco, teria causado desequilíbrio nas finanças da empresa.

Incertezas Sobre o Caixa da Empresa

Adicionalmente, os credores da Ambipar buscam explicações sobre o destino de R$ 4,7 bilhões em caixa reportados no último balanço da empresa. Até o momento, teriam sido encontrados apenas cerca de R$ 430 milhões, levantando sérias preocupações sobre a gestão financeira da companhia.

A reunião de Arruda com a CVM é um marco importante no desenrolar desta crise e promete trazer novos esclarecimentos sobre a situação da Ambipar.