Itaú BBA Ajusta Perspectivas para Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11): Análise e Recomendações
O Itaú BBA revisou suas projeções para as ações da Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11), adotando uma postura mais cautelosa em relação ao setor de papel e celulose. As mudanças refletem preocupações com a dinâmica da oferta e a evolução dos preços da celulose.
Visão Geral do Setor e Impactos
Os analistas do banco apontam para os impactos da verticalização na China e os novos projetos de celulose que devem entrar em operação até 2030. Diante disso, o Itaú BBA ajustou suas expectativas:
- Preços da Celulose: Projeção de preço médio entre 2026 e 2028 em US$ 570 por tonelada, uma redução em relação aos US$ 620/t anteriormente previstos.
Recomendações e Preços-Alvo
Apesar da visão mais cautelosa, o Itaú BBA manteve a recomendação de compra para ambas as empresas. No entanto, houve ajustes nos preços-alvo:
- Suzano (SUZB3): Preço-alvo reduzido de R$ 70 para R$ 58 ao fim de 2026.
- Klabin (KLBN11): Preço-alvo reduzido de R$ 23 para R$ 21.
- Preferência: O Itaú BBA mantém a preferência por Suzano no setor.
Análise Detalhada das Empresas
Suzano (SUZB3)
A recomendação de compra para Suzano foi mantida devido às métricas de valuation atrativas, com potencial de valorização de aproximadamente 22% e rendimento de dividendos de 2%.
- Ebitda 2026: Projeção de aproximadamente R$ 25 bilhões, praticamente inalterada em relação à estimativa anterior.
- Fluxo de Caixa Livre (FCF) 2026: Próximo de zero, considerando o investimento na joint venture com a Kimberly Clark (KC).
- FCF 2027-2028: Rendimento médio projetado de cerca de 14%, com geração de aproximadamente R$ 16,3 bilhões em FCF.
- Múltiplo EV/Ebitda 2026: Negociando a cerca de 5,3 vezes o lucro operacional projetado.
- Múltiplo EV/Ebitda 2027: Cerca de 4,7 vezes.
Klabin (KLBN11)
A recomendação de compra também foi mantida para Klabin, com métricas de valuation atrativas e potencial de alta de aproximadamente 19%.
- Justificativa: Redução do preço-alvo devido à expectativa de resultados mais fracos na divisão de celulose.
- Múltiplo EV/Ebitda 2026: Negociando a cerca de 6,0 vezes o lucro operacional projetado, abaixo do múltiplo justo entre 7,0 e 8,0 vezes.
- FCF 2026-2030: Projeção de rendimento médio de aproximadamente 12%, permitindo redução de alavancagem e pagamento de dividendos.
- Posicionamento Estratégico: Empresa bem-posicionada em papel e embalagem caso o cenário macroeconômico melhore.
Perspectivas para o Setor e Preços da Celulose
O BBA espera menor volatilidade nos preços da celulose nos próximos anos, com níveis estáveis entre US$ 550/t e US$ 600/t. A estratégia de integração vertical das fabricantes de papel na China, que permite produzir internamente ou comprar no mercado dependendo dos preços, é um fator importante.
- Projeção 2026: US$ 570/t (de US$ 580/t anteriormente).
- Celulose de Fibra Curta (BHKP) 2025: Entre US$ 535/t e US$ 545/t.
- Cenário Futuro: O banco acredita em uma melhora gradual durante 2026 e 2027, impulsionada pela menor expansão integrada na China e ausência de novas plantas na América Latina até 2028.
- Monitoramento: O BBA está monitorando a entrada da fábrica OKI II na Indonésia entre 2026 e 2027.
Conclusão
O Itaú BBA ajustou suas projeções para o setor de papel e celulose, refletindo a dinâmica do mercado e as mudanças na oferta. Apesar da visão mais cautelosa, as recomendações de compra para Suzano e Klabin foram mantidas, com foco nas métricas de valuation e potencial de valorização.