MRV despenca: Ações caem mais de 10% após prévia do 3º tri. Entenda o impacto e o que preocupa investidores.

MRV (MRVE3) Apresenta Prévia Operacional do 3T25 e Ações Sofrem Queda

A MRV (MRVE3) divulgou nesta terça-feira (7) sua prévia operacional do terceiro trimestre de 2025 (3T25), gerando reações no mercado. Às 11h18, as ações da construtora apresentavam um recuo de 10,31%, sendo negociadas a R$ 6,44.

Impacto na Geração de Caixa e Vendas

A companhia destacou que tanto as vendas líquidas quanto a geração de caixa foram impactadas pela falta de transferência de unidades. Este cenário foi influenciado por:

• Mudanças nos critérios de pagamento da Caixa Econômica Federal (CEF), que passou a reconhecer a transferência das vendas apenas após o registro em cartório, impactando em R$ 31 milhões.
• Atrasos nos repasses de programas estaduais e municipais de habitação popular, com impacto de R$ 93 milhões.

Sem esses efeitos, a construtora estima que teria gerado R$ 123 milhões em caixa.

Desempenho da Resia nos EUA

A subsidiária Resia, nos Estados Unidos, registrou uma leve queima de caixa de US$ 1,5 milhão.

Análise dos Bancos e Perspectivas

A avaliação dos resultados operacionais da MRV varia entre as instituições financeiras:

• Goldman Sachs: Avalia os números como neutros a levemente negativos, ressaltando que, apesar da menor queima de caixa, o resultado não deve impactar significativamente a alavancagem, ponto crucial para a tese de investimento.
• Itaú BBA: Destaca resultados operacionais fracos no terceiro trimestre. As vendas permaneceram resilientes, mas o fluxo de caixa não apresentou melhora significativa, com queima de caixa em todos os segmentos de negócios, influenciada por efeitos pontuais nas operações brasileiras.
• Bradesco: Considera a prévia ligeiramente negativa, devido à volatilidade do fluxo de caixa, com muitos ajustes e obstáculos causados pelas mudanças nas regras da Caixa e atrasos nos programas habitacionais estaduais. O banco ressalta a estabilidade na geração líquida de caixa com as vendas do portfólio.
• BBI: Avalia que, embora haja progresso no controle da queima de caixa nas operações da MRV no Brasil, o impacto dos atrasos nos programas estaduais ainda preocupa os investidores. O banco espera uma melhora consistente no quarto trimestre de 2025, principalmente na geração de caixa, lançamentos e vendas.
• Morgan Stanley: Aponta que os números ficaram abaixo das expectativas, com itens não recorrentes impactando a receita. O banco acredita que essas distorções continuam a dificultar a visibilidade sobre o desempenho da MRV, prevendo que as ações permaneçam em uma faixa de preço limitada até que haja evidências de uma recuperação mais clara e sustentável.

Recomendações e Preço-Alvo

As recomendações dos bancos e seus preços-alvo para as ações da MRV são:

• BBI: Reitera a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 10, considerando que a MRV está negociando a 4,3 vezes P/L (Preço sobre Lucro) para 2026 e 0,8 vez P/VPA (Preço sobre Valor Patrimonial).
• Goldman Sachs, Morgan Stanley e Itaú BBA: Mantêm recomendação neutra, com preços-alvo de R$ 6,50, R$ 7 e R$ 9, respectivamente.

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