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Madagascar em Crise: Jovens da Geração Z Protagonizam Protestos e Militares Assumem o Comando

Publicada em: 12-10-2025 Autor: Yuri Kiluanji

Crise em Madagascar: Militares Rebeldes Assumem Comando em Meio a Protestos

No último domingo, 12 de novembro, Madagascar foi palco de uma escalada na crise política. Militares rebeldes, ligados à unidade de elite CAPSAT, anunciaram ter assumido o comando das Forças Armadas do país, gerando uma forte reação do presidente Andry Rajoelina, que denunciou uma “tentativa ilegal de tomada do poder”.

A Tomada do Poder pelos Militares

O grupo CAPSAT declarou ter centralizado o controle do Exército, após se unir aos protestos liderados pela “Gen Z Madagascar”, um movimento de jovens que tem ganhado força nas ruas. Em um comunicado oficial, a Presidência afirmou estar ciente de uma tentativa de golpe “ilegal e pela força”, condenando veementemente a ação e convocando “todas as forças da nação” à defesa da ordem constitucional.

Em um vídeo divulgado, o CAPSAT anunciou que todas as ordens do Exército, incluindo as forças terrestres, aéreas e navais, seriam emitidas de seu quartel-general. Vale ressaltar que a mesma base militar liderou um motim em 2009, que resultou na ascensão de Rajoelina ao poder.

A Crise e os Protestos

Os protestos em Madagascar tiveram início em 25 de setembro, motivados por falhas nos serviços de água e eletricidade. Rapidamente, as manifestações se expandiram, incluindo críticas à corrupção, nepotismo e falta de oportunidades. O movimento “Gen Z Madagascar” tem desempenhado um papel crucial na liderança dos protestos na capital, Antananarivo.

De acordo com a ONU, 22 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas desde o início das manifestações. O governo, por outro lado, contesta esses números, afirmando que houve 12 mortes e atribuindo as vítimas a “saqueadores”.

Contexto Político e Econômico

O presidente Andry Rajoelina, que chegou ao poder após um golpe em 2009, venceu as eleições de 2018 e 2023, ambas marcadas por boicotes da oposição. Madagascar, uma das nações mais pobres do mundo, enfrenta recorrentes períodos de instabilidade política. De acordo com o Banco Mundial, cerca de 75% da população vive abaixo da linha da pobreza, o que agrava a situação e contribui para a insatisfação popular.

A situação em Madagascar permanece tensa, com o futuro político do país incerto diante da crescente crise e da intervenção militar.