Haddad Denuncia Uso de Empresas nos EUA para Lavagem de Dinheiro por Crime Organizado
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), revelou em 26 de outubro que o crime organizado está utilizando empresas nos Estados Unidos para lavar dinheiro. A declaração foi feita em meio à Operação Poço de Lobato, que investiga fraudes no setor de combustíveis e tem como alvo principal o Grupo Refit.
Evasão de Divisas e Paraíso Fiscal
Haddad destacou que a operação mapeou um "forte movimento de evasão de divisas" que ultrapassou as fronteiras nacionais. Ele mencionou que, em conjunto com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o presidente Lula foi informado sobre a necessidade de discutir com os Estados Unidos o combate ao crime organizado. Segundo Haddad, o estado de Delaware, conhecido como paraíso fiscal, está sendo usado para montar operações de evasão e lavagem de dinheiro.
Esquema de Lavagem e Triangulação Internacional
O ministro explicou que o esquema envolve a abertura de dezenas de empresas e fundos fora do Brasil, com empréstimos sendo feitos para esses fundos, que retornam como aplicações lícitas. No entanto, o dinheiro que sai do país não é limpo. Haddad classificou a situação como uma "triangulação internacional gravíssima", enfatizando a necessidade de colaboração com o governo dos EUA para combater a lavagem de dinheiro em solo americano.
Importância da Lei do Devedor Contumaz
Haddad aproveitou a operação contra o Grupo Refit, considerado o maior devedor de ICMS de São Paulo, para ressaltar a importância da aprovação da lei do devedor contumaz pelo Congresso. Ele acredita que essa lei pode impedir que empresas continuem funcionando sem recolher tributos, asfixiando as organizações criminosas e combatendo o crime organizado de maneira eficaz.
Contrabando de Armas e Parceria com os EUA
Além da movimentação financeira irregular, a Receita Federal identificou o contrabando de armas dos Estados Unidos. Haddad informou que armas estão chegando ao Brasil em contêineres e solicitou um relatório para demonstrar a importância da parceria com os EUA. Ele argumentou que, para impedir o tráfico de drogas, é essencial combater o crime nos territórios e impedir a entrada de armamento no Brasil.