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Gaza: Itamaraty Celebra Avanço da Paz Após Aceite do Hamas a Plano
Brasil Avalia Plano de Cessar-Fogo na Faixa de Gaza: Visão do Itamaraty
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, conhecido como Itamaraty, publicou uma nota oficial na madrugada deste sábado, 4 de maio, manifestando sua posição sobre o plano de cessar-fogo na Faixa de Gaza anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O governo brasileiro tem acompanhado de perto as discussões em torno da proposta e reafirma sua convicção na solução de dois Estados como caminho para a paz na região.
Posicionamento do Brasil
O governo brasileiro expressa que acompanha com atenção as discussões sobre o plano americano e reitera que a paz duradoura no Oriente Médio depende da implementação da solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável, coexistindo com Israel em paz e segurança, dentro das fronteiras de 1967, incluindo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, com Jerusalém Oriental como sua capital.
Expectativas e Condições
O Brasil demonstra expectativa de que, caso o plano seja aceito e implementado pelas partes envolvidas, resulte em:
- Cessação imediata e permanente dos ataques israelenses à Faixa de Gaza.
- Libertação dos reféns remanescentes.
- Entrada desimpedida de ajuda humanitária.
- Início urgente da reconstrução do território, sob apropriação e supervisão palestina.
- Retirada completa das forças israelenses de Gaza.
- Restauração da unidade político-geográfica da Palestina.
Força Internacional de Estabilização
O Itamaraty também ressalta que, caso haja o desdobramento de uma Força Internacional de Estabilização na região, ela deverá ter um mandato cuidadosamente elaborado e aprovado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Contexto do Plano
O plano de cessar-fogo, divulgado após uma reunião entre Trump e o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, prevê, entre outras medidas, um cessar-fogo, a libertação de reféns israelenses em até 72 horas, o desarmamento do Hamas e uma retirada gradual das forças israelenses da Faixa de Gaza.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, já havia elogiado a proposta, afirmando que ela estava alinhada com as posições historicamente defendidas pelo Brasil.
Reação do Hamas
O grupo terrorista Hamas, por sua vez, informou que aceita alguns elementos do plano de paz, incluindo a renúncia ao poder e a libertação de todos os reféns restantes.
Íntegra da Nota do Itamaraty
A nota divulgada pelo Itamaraty reitera a preocupação do Brasil com a situação na Faixa de Gaza, que, após dois anos, continua sofrendo com mortes, deslocamentos forçados, fome e destruição. O governo brasileiro reafirma seu compromisso com a busca por uma solução pacífica e duradoura para o conflito, baseada no diálogo e no respeito ao direito internacional.
A nota completa do Itamaraty pode ser lida abaixo:
“O governo brasileiro acompanha com atenção as discussões que se seguiram ao anúncio, pelo governo norte-americano, em 29/9, de novo plano para cessar-fogo na Faixa de Gaza, cuja população segue assolada, decorridos dois anos, por mortes, deslocamentos forçados, fome e destruição de lares e de infraestrutura vital.
Ao reconhecer os esforços dos países mediadores para colocar fim ao conflito, o Brasil guarda expectativa de que, se aceito e implementado pelas partes, o plano resulte, entre outras medidas, na cessação imediata e permanente dos ataques israelenses à Faixa de Gaza, na libertação dos reféns remanescentes, na entrada desimpedida de ajuda humanitária e no início urgente da reconstrução do território, sob apropriação e supervisão palestina. Defende, ademais, a retirada completa das forças israelenses de Gaza e a restauração da unidade político-geográfica da Palestina.
Nesse contexto, o Brasil reafirma a convicção de que o único caminho para uma paz justa, estável e duradoura no Oriente Médio passa pela implementação da solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável, vivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro das fronteiras de 1967, incluindo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital.
Considera, por fim, que qualquer Força Internacional de Estabilização a ser desdobrada na região deverá contar com um mandato cuidadosamente desenhado e devidamente aprovado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.”