Megaoperação Desvenda Fraude Bilionária do Grupo Refit: Impacto na Saúde e Educação
Uma megaoperação deflagrada nesta quinta-feira (27) expôs um esquema fraudulento envolvendo sonegação de impostos e lavagem de dinheiro praticado pelo Grupo Refit. A ação, denominada Poço de Lobato, tem como alvo 190 suspeitos e revela um prejuízo estimado em R$ 26 bilhões aos cofres públicos. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, destacou o impacto do desvio, comparando-o à construção de um hospital de porte médio ou 20 escolas.
O Impacto da Fraude: Saúde e Educação em Risco
"Esses caras fraudam R$ 350 milhões por mês. O que isso significa? Poderíamos estar construindo, por exemplo, hospitais de médio porte para 250 leitos [...] imagina que a gente tem construído escolas, normalmente com 12 ou 15 salas de aula. São mais ou menos R$ 18 milhões por mês. É como se a gente impedisse a construção de 20 escolas por mês. É esse o tamanho da fraude", afirmou o governador em coletiva de imprensa.
Detalhes da Operação Poço de Lobato
A operação, que cumpre mandados de busca e apreensão, investiga o Grupo Refit, apontado como o maior devedor de ICMS de São Paulo e o segundo maior do Rio de Janeiro. As ações ocorrem em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Maranhão e Distrito Federal, visando pessoas físicas e jurídicas ligadas ao grupo, dono da antiga refinaria de Manguinhos.
Modus Operandi: Fraude na Importação e Adulteração de Combustíveis
De acordo com a Receita Federal, as fraudes partiram da aquisição de nafta, hidrocarbonetos e diesel no exterior. Nos últimos cinco anos, foram importados mais de R$ 32 bilhões em combustíveis pelos investigados. A suspeita é de que a gasolina importada era declarada como derivado de petróleo, além da adição de aditivos químicos, resultando na adulteração e barateamento do produto.
Lavagem de Dinheiro e Investimentos Offshore
Os lucros obtidos com a adulteração e sonegação eram investidos em fundos de investimento offshore, acessados por meio de empréstimos, retornando o valor em aplicações lícitas.
Ricardo Magro: O Empresário por Trás da Refit
Ricardo Magro, 51 anos, advogado e empresário, é o principal alvo da operação. A empresa de Magro, responsável pela antiga refinaria de Manguinhos, adquirida em 2008 pela Refit, acumula dívidas bilionárias e já foi alvo de outras investigações. A refinaria está interditada desde setembro, após irregularidades constatadas pela Agência Nacional de Petróleo.
Outras Investigações e Possível Ligação com Facções Criminosas
Magro já havia sido citado em outras investigações, incluindo a Operação Carbono Oculto, que investigou a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis. Em dezembro do ano passado, ele foi envolvido em outra investigação por supostos crimes fiscais e lavagem de dinheiro, utilizando 188 empresas distintas. Em entrevista, Magro negou associação com o PCC, alegando sofrer ameaças por combater esquemas irregulares.