Secretário Rubio e o Departamento de Estado: Estratégia Diplomática para Restringir a Imigração
WASHINGTON — Em uma ação sem precedentes, o Secretário de Estado Marco Rubio, seguindo as diretrizes da administração Trump, instruiu diplomatas americanos na Europa, Canadá, Austrália e Nova Zelândia a pressionarem governos locais para restringir a imigração. A iniciativa, revelada por um documento enviado às embaixadas e consulados dos EUA, visa influenciar as políticas migratórias em países aliados.
Foco em Crimes e Coesão Social
O telegrama diplomático, datado de 21 de novembro, instrui os diplomatas a:
- Enfatizar os efeitos de atos criminosos cometidos por imigrantes para justificar restrições maiores.
- "Engajar regularmente os governos anfitriões" sobre "crimes violentos associados a pessoas com histórico migratório" e "quaisquer abusos de direitos humanos relacionados".
- Enviar relatórios sobre crimes ligados a imigrantes e análises sobre como os governos lidam com essas questões.
O objetivo declarado é construir apoio para reformar políticas relacionadas a crimes cometidos por migrantes, defender a soberania nacional e garantir a segurança das comunidades locais.
A Visão da Administração Trump
A administração Trump, por meio de figuras como o ex-presidente Donald Trump e seus assessores, tem frequentemente associado a imigração a uma ameaça à civilização ocidental. A estratégia de Rubio se alinha a essa visão, buscando impor políticas que limitem a imigração e aumentem as deportações.
Pontos de Discussão e Preocupações
O telegrama lista pontos de discussão que os diplomatas podem usar, incluindo:
- Incentivo a políticas que protejam cidadãos dos "impactos sociais negativos da migração em massa", como deslocamento, agressão sexual e colapso da lei e da ordem.
- Apelo à vigilância na proteção da liberdade religiosa, contra a "prevalência do islamismo radical" entre migrantes.
Críticos apontam que o telegrama não apresenta dados que sustentem essas afirmações e que a linguagem utilizada ecoa a de partidos políticos de extrema-direita em países europeus.
Implicações e Próximos Passos
O Departamento de Estado também enviou um telegrama separado instruindo diplomatas a incluir casos de apoio à migração ilegal em relatórios anuais de direitos humanos. A iniciativa é direcionada a países que compartilham uma "civilização ocidental" com os EUA e será expandida para outras regiões em breve.
A administração Trump parece determinada a redefinir a política de imigração, utilizando a diplomacia para impor suas visões em nível global. A efetividade e as consequências dessa estratégia ainda são incertas, mas o impacto nos países aliados e na comunidade internacional é evidente.