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Dólar Pode Cair? Economista do Bradesco Preve US$ 4,90 em Breve
Dólar Deve Permanecer Próximo de R$ 5, Aponta Economista-Chefe do Bradesco
O economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato Barbosa, projeta um cenário de estabilidade para o dólar nos próximos meses, com a cotação se mantendo mais próxima de R$ 5 do que de R$ 5,50. Essa perspectiva, segundo ele, é impulsionada pela contínua fraqueza da moeda americana no cenário global.
"Continuo achando mais fácil o dólar estar perto de R$ 5, ou até um pouquinho abaixo de R$ 5, nos próximos seis ou nove meses, do que estar em R$ 5,50", afirmou Honorato durante um evento da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) em São Paulo.
Valorização do Real e Cenário Econômico
Barbosa ressalta que a valorização do real desde o início do ano está diretamente relacionada a essa fraqueza do dólar. Ele estima que cerca de 70% desse movimento seja reflexo dessa dinâmica. O economista pondera que, mesmo diante da piora do déficit externo, o real tem demonstrado bom desempenho.
"Apesar da piora do déficit externo, o real está superbem comportado. Se o real fosse seguir de perto o que está acontecendo com o dólar no mundo, era para o dólar estar em R$ 4,60. Se o real estivesse acompanhando de perto uma cesta de países emergentes que têm características semelhantes às do Brasil, era para o dólar estar em R$ 4,90", explicou Honorato.
Moeda Única do Brics: Uma Visão Crítica
Em sua análise, Honorato também expressou ceticismo em relação à proposta de uma moeda única do Brics, grupo composto por Brasil, Rússia, Índia e China. Ele classificou a ideia como “muito ruim” e recomendou que o Brasil se afaste dessa iniciativa.
"Eu absolutamente acho muito, muito ruim a ideia da moeda do Brics. Acho que o Brasil deveria fugir dessa ideia como o diabo foge da cruz", declarou o economista, relacionando a instabilidade geopolítica, como a tensão com os Estados Unidos, como fator que influencia a economia da América Latina.
Juros e Inflação: Perspectivas Futuras
Honorato acredita que a desaceleração da atividade econômica interna e a estabilidade cambial podem abrir caminho para o início de cortes na taxa básica de juros, a Selic. No entanto, ele considera “praticamente impossível” que o Brasil atinja a meta atual de inflação de 3%.
"Acho impossível ou muito improvável que a inflação chegue aos 3% por uma razão muito simples: temos um governo que gasta bastante, que gosta de dar estímulo para a demanda", concluiu.
As informações foram fornecidas pelo jornal O Estado de S. Paulo.