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CIA na Venezuela: O Que Trump Autorizou e Quais as Possíveis Consequências?

Publicada em: 18-10-2025 Autor: Yuri Kiluanji

Operações Secretas na Venezuela: Trump Autoriza Ações da CIA

O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, revelou ter autorizado operações secretas da CIA (Agência Central de Inteligência) na Venezuela, uma decisão que levanta questões sobre o alcance do poder presidencial e as possíveis implicações para a situação política e de segurança no país.

O Poder Presidencial e as “Descobertas Presidenciais”

A autorização de Trump expõe um aspecto menos conhecido do poder presidencial: a capacidade de ordenar operações clandestinas no exterior sem a necessidade de aprovação prévia do Congresso. Essas decisões, formalmente conhecidas como “descobertas presidenciais”, já foram utilizadas no passado para diversas ações, incluindo ataques com drones, financiamento a grupos armados e até programas de mudança de regime.

Limites e Alcance das Operações Secretas

De acordo com a lei americana, o presidente pode autorizar ações secretas consideradas necessárias aos interesses de segurança nacional. Embora o Executivo seja obrigado a informar os comitês de inteligência do Senado e da Câmara, o Congresso possui poucos instrumentos para impedir ou restringir essas operações, limitando-se a leis ou cortes no financiamento.

Ex-agentes da CIA, ouvidos pela BBC, indicam que os limites práticos das operações dependem da amplitude da autorização presidencial. Mick Mulroy, ex-agente da CIA, ressalta que o presidente pode ampliar a autorização conforme desejar, inclusive por meio de decretos. Entre as possíveis ações estão assassinatos seletivos, operações clandestinas, influência política local e apoio a grupos armados.

A Situação na Venezuela: Um Cenário de Incertezas

Ainda não está claro se a CIA já está executando, apenas planejando ou mantendo ações em caráter de contingência na Venezuela. Trump justificou a medida citando o fluxo de drogas em direção aos EUA e mencionou ataques a embarcações no Caribe.

Ex-funcionários sugerem que redes criminosas como o Tren de Aragua e o Cartel dos Sóis, classificadas pelos EUA como organizações terroristas, poderiam ser alvos de operações paramilitares ou ataques com drones. Veteranos da agência apontam que a metodologia utilizada na guerra contra o terror - localizar, neutralizar e eliminar alvos - poderia ser aplicada contra essas organizações criminosas, ampliando o alcance das ações secretas autorizadas.

A autorização de Trump para operações secretas na Venezuela representa um marco significativo, tanto no que diz respeito ao poder executivo quanto às relações internacionais. A incerteza sobre a natureza e o alcance dessas operações aumenta a complexidade da já delicada situação na Venezuela.