CEO do YouTube Impõe Limite de Redes Sociais aos Filhos

Yuri Kiluanji 15/12/2025

Os Limites em Casa: CEOs de Tecnologia Restringem o Uso de Redes Sociais Para os Próprios Filhos

A crescente preocupação com os efeitos das plataformas digitais na saúde mental de crianças e adolescentes tem levado até mesmo os grandes líderes da indústria da tecnologia a adotarem medidas restritivas dentro de suas próprias casas. Recentemente, Neal Mohan, CEO do YouTube, juntou-se a uma lista de executivos que admitem impor limites rigorosos ao uso da internet por seus filhos, acendendo um importante debate sobre moderação digital.

A Filosofia do Líder do YouTube: “Tudo Com Moderação”

Desde 2023 à frente do YouTube e eleito CEO do Ano de 2025 pela revista Time, Neal Mohan não hesitou em compartilhar suas regras familiares. Em entrevista à publicação, o pai de três filhos revelou que o acesso de seus descendentes às plataformas digitais é estritamente controlado.

“Limitamos o tempo que eles passam no YouTube e em outras plataformas e outras formas de mídia. Durante a semana, tendemos a ser mais rigorosos; nos fins de semana, menos. Não somos perfeitos, de forma alguma”, afirmou Mohan.

A regra de ouro da família é simples: “tudo com moderação”. Para Mohan, essa filosofia se aplica a qualquer plataforma digital. Ele também ressaltou a “responsabilidade primordial” que sente em relação aos jovens usuários, enfatizando a importância de oferecer aos pais ferramentas eficazes de controle. O YouTube Kids, lançado em 2015, foi desenvolvido justamente com esse propósito, buscando “facilitar para todos os pais” o gerenciamento do conteúdo de forma adequada a cada dinâmica familiar.

Não Apenas Mohan: Outros Gigantes da Tecnologia Também Impõem Limites

A prática de restringir o tempo de tela dos filhos não é exclusiva do atual CEO do YouTube. Outros nomes proeminentes da tecnologia seguem caminhos semelhantes:

  • Susan Wojcicki (Ex-CEO do YouTube): Em 2019, afirmou à CNBC que permitia o uso do YouTube Kids por seus filhos mais novos, mas com tempo limitado. “Acho que tudo em excesso faz mal”, disse.
  • Bill Gates (Cofundador da Microsoft): Adotou um padrão restritivo, proibindo celulares à mesa durante as refeições e não concedendo o aparelho aos filhos antes dos 14 anos, mesmo com queixas de que outras crianças já os possuíam.
  • Mark Cuban (Bilionário e Investidor): Foi ainda mais longe, instalando roteadores Cisco e utilizando softwares de gerenciamento para monitorar o que seus filhos faziam no celular e bloquear aplicativos considerados inadequados.

O Contexto Global: Políticas Públicas e a Proibição na Austrália

A discussão sobre o uso de redes sociais por menores de idade transcendeu o âmbito familiar e se tornou pauta de políticas públicas. A Austrália, por exemplo, tornou-se recentemente o primeiro país a propor a proibição do uso de redes sociais por menores de 16 anos. Uma pesquisa da YouGov demonstrou que 77% dos australianos apoiam a medida, evidenciando uma preocupação coletiva crescente, apesar da resistência esperada na implementação.

Um Desafio Compartilhado: Encontrando o Equilíbrio Digital

A postura de líderes tecnológicos em restringir o acesso de seus próprios filhos à internet serve como um poderoso lembrete. Se aqueles que criam e gerenciam essas plataformas sentem a necessidade de impor limites em casa, é um sinal claro de que as preocupações sobre os impactos na saúde mental e no desenvolvimento infantil são legítimas e universais. A busca por um equilíbrio saudável no mundo digital é um desafio compartilhado que exige atenção tanto dos pais e educadores quanto das próprias empresas de tecnologia e dos legisladores.

Junte-se à nossa Comunidade!

Siga-nos nas redes sociais para receber as últimas vagas, dicas de carreira e novidades em primeira mão.