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Boulos: Eleições 2026 serão sobre economia, não segurança pública
Boulos Define Eixos da Eleição de 2026: “Quem Paga a Conta” e Soberania Nacional
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o ministro Guilherme Boulos, da Secretaria-Geral da Presidência, delineou os principais eixos que guiarão a eleição presidencial de 2026. Segundo Boulos, a disputa será marcada por dois temas centrais: “quem paga a conta” e a soberania nacional. A declaração surge em um momento em que a oposição tenta impor a pauta da segurança pública, após a megaoperação no Rio de Janeiro que resultou em 121 mortes.
Coordenador informal da campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Boulos traçou um panorama da disputa como um embate entre os interesses da elite econômica e os da população.
O Cenário Econômico e a Contabilidade
Para Boulos, o tema fiscal será o ponto central do debate econômico. Ele aponta uma clara divergência entre as propostas da direita e as defendidas pelo governo Lula.
- Visão da Oposição: Defende que o “povo deve pagar a conta”, com cortes em benefícios como o BPC, além de reduções no financiamento da saúde e da educação.
- Posição do Governo Lula: Acredita que “quem deve pagar são os bilionários, os bancos e as bets [plataformas de apostas online]”.
Soberania Nacional em Foco
Além da questão econômica, a soberania nacional será um tema crucial. Boulos descreve o contexto atual como “protecionista e hostil” à América Latina, com “ataques à soberania nacional, até com ameaças militares”.
Ele critica abertamente:
- Aqueles que, segundo ele, usam o mandato parlamentar para trair a pátria.
- Governadores que se alinham a figuras como Donald Trump.
Em contrapartida, Boulos exalta a postura do presidente Lula, que “defende o Brasil e não aceita ser tratado como colônia ou quintal de ninguém”.
Confronto de Classes e a Estratégia de 2026
A avaliação de Boulos reforça a estratégia do governo Lula para 2026, que se baseia em um discurso de confronto de classes. A ideia é contrapor a agenda liberal de ajuste fiscal e privatizações à agenda de redistribuição de renda e fortalecimento do Estado.