Ararinhas-azuis: Surto de vírus letal na Bahia coloca em risco reintrodução da espécie
A luta pela recuperação da ararinha-azul enfrenta um novo desafio. As últimas aves que estavam sendo reintroduzidas no Brasil foram diagnosticadas com um vírus altamente letal, de acordo com informações do portal g1.
Contexto da Situação
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) informa que as 11 ararinhas-azuis estavam participando de um programa de reintrodução na Bahia, após serem trazidas da Europa. No entanto, foram contaminadas pelo circovírus.
Descoberta e Causas da Contaminação
A identificação do vírus ocorreu após uma decisão judicial que determinou a recaptura das aves em novembro. Exames realizados pelo ICMBio confirmaram a infecção em todas as ararinhas. A investigação apontou falhas de manejo no criadouro da empresa Blue Sky como a principal causa do surto.
- Falhas Identificadas:
- Falta de higiene em viveiros e comedouros.
- Ausência de equipamentos de proteção para a equipe.
A negligência resultou em uma multa de R$ 1,8 milhão à empresa.
Medidas de Contenção e Impactos
Segundo a coordenação de emergências do ICMBio, o surto poderia ter sido evitado com a aplicação rigorosa das normas de biossegurança. O isolamento inadequado permitiu que a contaminação se espalhasse rapidamente. Existe preocupação sobre a possível exposição de outras espécies de psitacídeos nativas da região.
As ararinhas-azuis, agora sob cuidados do ICMBio, não poderão mais ser reintroduzidas no ambiente natural. O circovírus causa a doença do bico e das penas, que afeta o crescimento das penas, altera colorações e pode deformar o bico, levando à morte.
Origem do Vírus
A origem do circovírus ainda não foi determinada. Apesar de não ser comum na região do sertão baiano, a doença é mais frequente em populações de psitacídeos na Austrália.