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Anvisa Libera Etanol Farmacêutico: Antídoto Crucial Contra Envenenamento por Metanol

Publicada em: 12-10-2025 Autor: Yuri Kiluanji

Anvisa Libera Fabricação de Etanol Farmacêutico Injetável para Combater Intoxicação por Metanol

Primeiro lote do antídoto será doado ao Ministério da Saúde, em resposta ao surto de casos no país.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a fabricação de um primeiro lote de etanol farmacêutico injetável no Brasil, um importante antídoto para casos de intoxicação por metanol. A produção será realizada pelo laboratório Cristália, que irá fornecer 12 mil ampolas ao Ministério da Saúde.

A decisão da Anvisa, publicada em resolução no dia 3, visa combater os casos de intoxicação que têm afetado o país. A regulamentação estabelece procedimentos temporários e emergenciais para a fabricação do antídoto, incluindo critérios como a localização da empresa, cumprimento de requisitos sanitários e de qualidade, e um prazo de validade de até 120 dias.

Contexto da Intoxicação por Metanol

A medida da Anvisa surge em um momento crítico, com o aumento de casos de intoxicação por metanol associados ao consumo de bebidas alcoólicas. De acordo com a última atualização do Ministério da Saúde, foram notificados 246 casos, com 29 confirmados e 217 em investigação. Infelizmente, foram confirmados 5 óbitos em São Paulo e outros 12 estão sob investigação em diferentes estados.

O metanol, utilizado na indústria como solvente e combustível, pode contaminar bebidas alcoólicas devido a erros de fabricação, fraude ou adulteração. A ingestão de metanol é extremamente perigosa, pois o organismo o metaboliza em substâncias tóxicas como formaldeído e ácido fórmico, podendo causar cegueira e até mesmo a morte.

Tratamento e Antídotos

O tratamento inicial para a intoxicação por metanol visa frear a metabolização da substância. O etanol farmacêutico, que agora será produzido no Brasil, age como antídoto ao competir com a enzima que metaboliza o metanol, reduzindo a formação de metabólitos tóxicos. É crucial procurar atendimento médico imediato ao suspeitar de intoxicação.

Outro antídoto utilizado é o fomepizol, que bloqueia a ação da enzima que quebra o metanol, evitando a formação de formaldeído e ácido fórmico. Embora seja amplamente utilizado em outros países, o acesso ao fomepizol no Brasil é limitado devido à falta de registro. No entanto, a Anvisa autorizou a importação de 2,6 mil frascos a pedido do Ministério da Saúde, que já estão sendo distribuídos às unidades do SUS.

A colaboração entre a Anvisa, o Ministério da Saúde e o setor produtivo é fundamental para enfrentar o surto de intoxicações por metanol e garantir o acesso a tratamentos eficazes.