CVM Intensifica Investigação sobre Possível Manipulação das Ações da Ambipar (AMBP3)
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está aprofundando secretamente as investigações sobre uma possível manipulação nos preços das ações da Ambipar (AMBP3), empresa que se encontra em recuperação judicial. A informação foi divulgada em reportagem da Folha de S. Paulo.
Contexto da Investigação
A autarquia não desistiu de apurar as circunstâncias que levaram a uma valorização de mais de 800% nos papéis da Ambipar. As investigações já passaram pela Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários e, atualmente, estão na Superintendência de Processos Sancionadores, que decidiu pela necessidade de aprofundar as investigações e instaurar um inquérito administrativo.
Leia também: Ambipar confirma demissão de 35 gestores antes de pedido de tutela cautelar
Envolvimento e Declarações
Diversos profissionais de corretoras e gestoras na área de trade foram ouvidos na investigação. O Banco Master e os executivos Nelson Tanure e Tércio Borlenghi, citados no caso, negam qualquer participação em operações que visavam inflar o preço das ações da Ambipar.
Cronologia dos Eventos
- Março de 2024: Criação do fundo Phoenix FIP, veículo de investimento de Nelson Tanure, gerido pela Trustee DTVM (do mesmo grupo econômico do Banco Master).
- Abril de 2024: O fundo Phoenix FIP arremata a Emae.
- Financiamento: A Phoenix SA emite debêntures, subscritas pelo fundo Master Capital FIM (exclusivo do Banco Master). As ações da Emae e Ambipar foram oferecidas como garantia.
- Garantias: As ações da Ambipar pertenciam a Borlenghi e ao fundo Esna, gerido pela Trustee.
- Fiadores: Borlenghi e Tanure figuraram como fiadores das debêntures.
- Junho a agosto de 2024: Borlenghi e o Esna, juntamente com outros fundos (Kyra FIA e Texas FIA), iniciaram um processo de compra de ações.
- Setembro de 2024: O fundo Ilha de Patmos FIM (Tanure) torna-se cotista do Esna, substituindo o Banco Master. As cotas do Esna foram integralizadas no fundo Phoenix.
Processo de Sanção da CVM
O site Seu Dinheiro informa que a CVM abriu um processo de sanção contra Tercio Borlenghi Junior e mais quatro diretores da Ambipar. A acusação é de que, durante a recompra de ações, eles ultrapassaram o limite de 10% das ações da companhia em circulação no mercado.