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Alzheimer: Sinal Secreto no Cérebro Precede Sintomas em Anos (Detecção Precoce)

Publicada em: 05-10-2025 Autor: Yuri Kiluanji

Proteína TSPO Revela Sinais Precoces do Alzheimer e Abre Caminhos para Diagnósticos Mais Precisos

Pesquisadores da Universidade Internacional da Flórida (FIU), nos Estados Unidos, fizeram uma descoberta promissora no campo da neurologia. Eles identificaram uma proteína específica no cérebro que pode servir como um sinalizador do início da doença de Alzheimer, mesmo antes do aparecimento dos sintomas.

Publicado na revista Acta Neuropathologica, o estudo lança luz sobre os mecanismos de desenvolvimento do Alzheimer e aponta para a possibilidade de diagnósticos mais precoces, o que pode ser crucial para retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Descobertas Chave do Estudo

Os cientistas observaram, em testes com camundongos, níveis elevados da proteína TSPO em animais com apenas seis semanas de idade, o equivalente a 18 a 20 anos humanos. Esse aumento foi notado em uma região do cérebro ligada à memória, chamada subículo.

Além disso, a equipe analisou tecidos cerebrais de pessoas com mutações genéticas que causam Alzheimer precoce, geralmente entre os 30 e 40 anos. A análise post-mortem de tecido cerebral de nove pessoas na Colômbia, que possuíam a mutação, revelou o mesmo padrão de aumento da proteína TSPO, reforçando a sua relação com a doença.

A Importância da Neuroinflamação

De acordo com o neurocientista Tomás Guilarte, um dos autores do estudo, a neuroinflamação é um evento muito precoce no Alzheimer. A descoberta da TSPO como um marcador precoce pode permitir a detecção da doença em seus estágios iniciais, o que poderia levar a estratégias para retardar a progressão ou atrasar os sintomas.

O estudo revelou que o aumento da proteína TSPO ocorre principalmente nas microglias, células de defesa do cérebro que entram em ação ao redor das placas de beta-amiloide. Embora essas células deveriam remover as placas, elas acabam produzindo mais TSPO, perpetuando a inflamação.

Impacto e Próximos Passos

Os pesquisadores enfatizam que o estudo se concentrou em casos genéticos de início precoce do Alzheimer, que representam uma minoria dos casos. No entanto, as descobertas podem ajudar a entender melhor a doença em geral e orientar pesquisas sobre prevenção e tratamento.

O neurocientista Daniel Martinez-Perez, também da FIU, destaca que um dos maiores desafios do Alzheimer é o diagnóstico tardio, geralmente associado à idade avançada. A identificação de sinais precoces, como a TSPO, pode permitir a intervenção em estágios iniciais, antes que a doença cause danos significativos.

Esta pesquisa representa um avanço significativo na compreensão da doença de Alzheimer e abre novas perspectivas para o desenvolvimento de métodos de diagnóstico mais precisos e tratamentos mais eficazes no futuro.