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Ucrânia Promete: Tomahawks dos EUA Não Mirarão Civis Russos, Diz Zelenskiy

Publicada em: 12-10-2025 Autor: Yuri Kiluanji

Zelenskyy Afirma que Ucrânia Utilizará Mísseis Tomahawk Apenas para Fins Militares

WASHINGTON (Reuters) – O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, declarou que a Ucrânia só empregará mísseis Tomahawk para objetivos militares, assegurando que não atacará civis na Rússia, caso os EUA forneçam essas armas.

"Nunca atacamos seus civis. Essa é a grande diferença entre a Ucrânia e a Rússia", afirmou o líder ucraniano, em entrevista ao programa "Sunday Briefing" da Fox News. "É por isso que, se falamos de (mísseis) de longo alcance, falamos apenas de objetivos militares."

As declarações de Zelenskiy, registradas no sábado e transmitidas no domingo, ocorreram após sua segunda conversa com o presidente dos EUA, Donald Trump, em poucos dias. Zelenskiy revelou que ainda estão em negociações sobre a possibilidade de Washington fornecer os mísseis de longo alcance para Kiev.

Na semana anterior, Trump expressou que, antes de concordar com o fornecimento dos Tomahawks, desejava saber como a Ucrânia os utilizaria, visando evitar a escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia. Zelenskiy indicou que está se esforçando para persuadir Trump a aprovar o acordo para o fornecimento dos mísseis.

"Contamos com essas decisões, mas veremos", disse Zelenskiy.

O Alcance dos Mísseis Tomahawk e a Preocupação do Kremlin

Os mísseis Tomahawk possuem um alcance de 2.500 km, o que lhes permite atingir alvos em profundidade no território russo, inclusive Moscou. O Kremlin já manifestou sua oposição ao fornecimento desses mísseis à Ucrânia.

O presidente russo, Vladimir Putin, argumentou que o uso dos Tomahawks seria inviável sem a participação direta de militares dos EUA, alertando que qualquer fornecimento desses mísseis à Ucrânia representaria um "estágio qualitativamente novo de escalada".

Zelenskiy vê a Preocupação Russa como um Sinal Positivo

Em um discurso realizado na noite de domingo na Ucrânia, Zelenskiy considerou as preocupações da Rússia como um motivo para avançar.

"Vemos e ouvimos que a Rússia tem medo de que os norte-americanos possam nos dar Tomahawks — que esse tipo de pressão pode funcionar para a paz", disse Zelenskiy.

A guerra na Ucrânia é o conflito mais letal na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Autoridades russas descrevem a situação atual como um conflito "quente" com o Ocidente.

Putin enxerga este momento como um ponto de inflexão nas relações de Moscou com o Ocidente, acusando-o de humilhar a Rússia após a dissolução da União Soviética em 1991, por meio da expansão da OTAN e da invasão do que ele considera a esfera de influência russa, incluindo Ucrânia e Geórgia.

A Ucrânia e seus aliados classificam essa invasão como uma apropriação territorial de caráter imperialista e reiteram seu compromisso em derrotar as forças russas.

(Reportagem de Phil Stewart e Jasper Ward; reportagem adicional de Ron Popeski)