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Selic Alta Impulsiona Renda Fixa: Fundos Atraem R$ 150 Bi em 2024, Vantagem dos Isentos

Publicada em: 21-10-2025 Autor: Yuri Kiluanji

Renda Fixa em Alta: Entenda a Migração de Investimentos e as Perspectivas Futuras

O mercado financeiro brasileiro tem testemunhado uma forte migração de investimentos para a renda fixa, impulsionada por uma combinação de fatores, incluindo a política de juros altos e a busca por segurança. Este artigo explora as razões por trás desse movimento e as perspectivas para os próximos meses.

Captação Recorde: Renda Fixa Lidera o Mercado

De janeiro a setembro, a captação de fundos de renda fixa atingiu a impressionante marca de R$ 150,2 bilhões. Esse desempenho supera em muito o dos fundos multimercados e de ações, que registraram captações negativas de R$ 73,3 bilhões e R$ 50,4 bilhões, respectivamente. O principal motor desse crescimento é a atratividade da renda fixa em um cenário de juros altos, com a Selic mantida em 13,75% desde junho.

Juros Altos e Isenção Tributária: A Fórmula da Preferência

Fernando Siqueira, head de Research da Eleven Financial, destaca que a combinação de juros altos e a isenção de imposto de renda em algumas classes de ativos tem levado os investidores a buscar a segurança da renda fixa. "Em nossa visão, os juros altos e a isenção tributária têm levado muitos investidores a evitar correr riscos. A rentabilidade da renda fixa já é suficientemente alta, e os próprios assessores de investimento têm recomendado isso", afirma.

Fundos Isentos: Uma Opção Atrativa

Os fundos de renda fixa que investem em produtos isentos de impostos, como debêntures incentivadas, CRI, CRA, LCI e LCA, têm se mostrado particularmente atrativos. Esses fundos oferecem uma rentabilidade atrativa e livre de impostos, o que impulsiona ainda mais a sua popularidade.

Cautela e Conservadorismo: O Impacto dos Eventos de Crédito

A postura mais conservadora dos investidores também contribui para o sucesso da renda fixa. Após notícias envolvendo recuperações judiciais e preocupações com a inadimplência, muitos investidores têm evitado riscos. Siqueira observa que "depois de alguns eventos negativos de crédito como Ambipar, Braskem e os riscos associados ao Banco Master, muitos investidores passaram a evitar riscos".

Selic em Queda: Mudanças no Horizonte?

O mercado estima que a queda da taxa básica de juros (Selic) está se aproximando, com sinais de acomodação nos núcleos da inflação. Siqueira acredita que a queda dos juros continuará a ser precificada, o que deve favorecer a alta dos mercados. "Em momentos de queda da Selic, os fundos de ações e multimercados costumam apresentar desempenho mais forte. Acreditamos que este padrão deve se repetir nos próximos meses. As pessoas vão voltar para os fundos de ações e multimercados nos próximos meses à medida que a taxa Selic caia", afirma.

Ressalvas e Expectativas

Apesar das expectativas de queda da Selic, o cenário pode sofrer ajustes. A isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e outras medidas na economia podem adiar a queda da Selic para abril ou maio, de acordo com as projeções do mercado.

Conclusão

A renda fixa continua a ser uma opção atrativa para os investidores, impulsionada pelos juros altos e pela busca por segurança. À medida que a Selic se aproxima de um ciclo de queda, o mercado acompanha as mudanças e se prepara para as novas oportunidades que surgirão.