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Ramagem Foge por Roraima: PF Aponta Possível Rota para Guiana ou Venezuela
Alexandre Ramagem: PF Investiga Possível Fuga Clandestina do Deputado
A Polícia Federal está investigando a possibilidade de o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) ter deixado o Brasil de forma clandestina em setembro, período crucial em que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgava a tentativa de golpe de Estado de 2022. As informações, confirmadas pela PF à TV Globo, indicam uma rota de fuga que envolveu um voo para Boa Vista (RR) e, posteriormente, uma viagem terrestre rumo à fronteira norte, possivelmente com destino à Venezuela ou à Guiana, utilizando um carro alugado.
Suspeitas e Evidências
A suspeita ganhou força devido à ausência de comunicação formal à Câmara dos Deputados sobre qualquer deslocamento internacional, obrigação para parlamentares com restrições judiciais. Ramagem, que foi diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro, enfrenta acusações relacionadas ao uso da estrutura da agência para monitorar adversários políticos e minar o sistema eleitoral, estratégia que sustentou a tentativa de golpe.
Em setembro, o STF condenou Ramagem a 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão pelos crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe. A sentença incluiu a proibição de deixar o país e a apreensão do passaporte, além de outras medidas cautelares.
Pedido de Prisão Preventiva e Reações
Diante dos indícios de fuga, a PF solicitou ao ministro Alexandre de Moraes a prisão preventiva de Ramagem, pedido que foi acolhido. O PSOL também cobrou formalmente a medida, argumentando que a evasão do parlamentar confirma o risco de que outros condenados do núcleo golpista adotem estratégia semelhante. O partido pediu providências para localizar o deputado no exterior, caso sua presença fora do país seja confirmada.
Movimentações Suspeitas e Participação em Votações
A movimentação de Ramagem nos últimos dias reforçou a tese de que ele estaria fora do Brasil. Um documento interno da Câmara revelou que o deputado solicitou um telefone com roaming internacional para participar remotamente da votação do PL Antifacção. Apesar das regras da Casa proibirem o exercício do mandato a partir do exterior, Ramagem participou de votações enquanto apresentava atestados médicos que o afastavam das atividades parlamentares entre setembro e dezembro.
Próximos Passos
A Câmara dos Deputados informou que não há missão oficial autorizada, nem comunicação de viagem, e que desconhece qualquer deslocamento do parlamentar. A ausência de justificativas oficiais, aliada ao uso de roaming internacional e ao trajeto suspeito registrado pela PF, acelerou a decisão de Moraes de ordenar a prisão.
Com a ordem expedida, a PF está concentrando esforços na localização do deputado e avalia acionar autoridades estrangeiras para garantir seu retorno ao país, caso Ramagem esteja efetivamente no exterior.