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Pele e Mente: Como Sinais Cutâneos Revelam Alertas para a Saúde Mental (Guia Completo)

Publicada em: 13-10-2025 Autor: Yuri Kiluanji

Problemas de Pele Podem Indicar Pior Prognóstico em Casos de Psicose, Aponta Estudo

Um novo estudo, apresentado no último encontro do Colégio Europeu de Neuropsicofarmacologia em Amsterdã, revelou uma conexão preocupante entre problemas de pele e o curso da psicose. A pesquisa sugere que a presença de sintomas dermatológicos pode estar associada a desfechos mais graves em pacientes com psicose.

Principais Descobertas

  • Associação com Risco de Suicídio: Aproximadamente 25% dos participantes com psicose e problemas de pele relataram pensamentos ou tentativas de suicídio. Em contraste, apenas 7% dos pacientes com psicose sem problemas de pele apresentaram comportamento suicida.
  • Depressão e Baixo Bem-Estar: Problemas de pele foram associados a maiores chances de desenvolver depressão e apresentar baixo bem-estar durante o acompanhamento psicológico.

A Conexão Cérebro-Pele

Os pesquisadores explicam que a ligação pode estar relacionada à origem embrionária comum do cérebro e da pele, ambos derivados do ectoderma, a camada mais externa do embrião. Essa origem compartilhada sugere possíveis conexões ainda não totalmente compreendidas.

O Estudo

A pesquisa analisou 481 pacientes que experimentaram um primeiro episódio de psicose. Desses, 14,5% apresentaram sintomas dermatológicos, como erupções cutâneas, coceira e fotossensibilidade. Todos os pacientes receberam tratamento com antipsicóticos por quatro semanas, seguido de avaliação de saúde mental.

“Já se sabia que entre 30% e 60% das pessoas com problemas de pele apresentam sintomas psiquiátricos. O que fizemos foi olhar as coisas de forma oposta: pessoas com problemas de saúde mental têm problemas de pele e, em caso afirmativo, isso pode nos dizer algo útil?”, afirma o autor principal, Joaquín Galvañ.

Implicações Clínicas

De acordo com Galvañ, os resultados sugerem que os sintomas dermatológicos podem servir como um marcador de gravidade da doença e de resultados menos favoráveis a curto prazo nos estágios iniciais da psicose. Isso poderia identificar um subgrupo de pacientes que se beneficiariam de intervenções precoces e personalizadas.

Próximos Passos

Os pesquisadores ressaltam a necessidade de investigar se essa associação se estende a outras condições psiquiátricas, como transtorno bipolar, TDAH, ansiedade e depressão. Ademais, é crucial aprofundar a compreensão dos mecanismos por trás dessa ligação, incluindo o papel das vias inflamatórias comuns entre a pele e o sistema neurológico.

Fonte: Adaptação do artigo original apresentado no Colégio Europeu de Neuropsicofarmacologia.