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Milei em Apuros? Semelhanças com a Queda de Collor e PC Farias Aumentam
O Impacto da Argentina de Milei na Economia Latino-Americana e as Lições para o Brasil
A ascensão de Javier Milei à presidência na Argentina reacendeu o debate econômico na América Latina. A implementação de políticas de ajuste drásticas e desregulamentação, em um curto espaço de tempo, tem chamado a atenção de especialistas e analistas financeiros. Mas, o que diferencia a situação argentina da brasileira?
A Crise Argentina: Um Ajuste Duro
Segundo o economista Marcos Mendes, do Insper, a severidade da crise na Argentina é um fator crucial. A eleição de Milei, com uma plataforma de ajuste rigoroso, só foi possível devido ao estado agudo da economia argentina. Mendes destaca que o Brasil, por outro lado, ainda não se encontra na mesma situação.
O ajuste argentino, segundo Mendes, está ocorrendo em duas frentes principais:
- Corrosão inflacionária das despesas: Redução do gasto público através da inflação, que corrói o valor real dos gastos do governo.
- Desregulamentação: Uma agenda intensa de revisão e eliminação de regulamentações consideradas desnecessárias, visando aumentar a produtividade a médio prazo.
O Risco Político e o Fantasma do Passado
Além dos desafios econômicos, Mendes alerta para os riscos políticos. Ele compara a situação de Milei a um possível “momento Collor ou PC Farias”. Uma grande crise de corrupção poderia comprometer a sustentabilidade do projeto econômico argentino, da mesma forma que ocorreu no Brasil em 1992.
A referência a Collor e PC Farias remete ao escândalo de corrupção que culminou no impeachment do ex-presidente brasileiro. O escândalo envolveu denúncias de desvio de recursos públicos, tráfico de influência e enriquecimento ilícito, o que gerou uma onda de protestos populares e impulsionou o processo de impeachment.
O Brasil e a Dívida Pública
No caso brasileiro, a principal preocupação reside na trajetória da dívida pública. Mendes ressalta que não há previsão de estabilização no médio prazo, e o equilíbrio fiscal exigiria um ajuste superior a três pontos do PIB, o que é considerado politicamente complexo.
Conclusão
A análise do caso argentino sob a gestão de Milei oferece importantes lições para o Brasil e demais países da América Latina. Enquanto a Argentina enfrenta um ajuste econômico radical, o Brasil precisa lidar com seus próprios desafios fiscais e políticos. A trajetória da dívida pública e a prevenção de escândalos de corrupção se mostram como as principais preocupações para o futuro econômico do país.