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Lula pede imposto global de 2% sobre super-ricos em Roma para combater a fome

Publicada em: 13-10-2025 Autor: Yuri Kiluanji

Lula Propõe Imposto Global para Combater a Fome e Destaca a COP30

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou, na última segunda-feira (13), uma proposta ambiciosa no Fórum Mundial da Alimentação, em Roma (Itália): a adoção de um imposto global de 2% sobre os ativos de super-ricos, com o objetivo de arrecadar fundos para erradicar a fome no planeta.

Um Imposto para um Mundo sem Fome

Lula ressaltou a urgência da situação, mencionando que 673 milhões de pessoas sofrem insegurança alimentar. Segundo o presidente, garantir três refeições diárias a essas pessoas custaria cerca de 315 bilhões de dólares por ano. Ele observou que esse valor representa apenas 12% dos 2,7 trilhões de dólares gastos anualmente em armas. A proposta, portanto, visa canalizar recursos dos super-ricos para solucionar essa crise humanitária.

O presidente enfatizou a conexão direta entre a insegurança alimentar e as desigualdades sociais, incluindo a divisão entre ricos e pobres, homens e mulheres, e países desenvolvidos e em desenvolvimento. Ele defendeu a necessidade de uma “reforma da arquitetura financeira internacional” para combater a fome de forma eficaz.

Medidas para o Combate à Fome

Na tribuna da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Lula apresentou diversas medidas para auxiliar países em situação de insegurança alimentar:

  • Redução de custos de empréstimos.
  • Aperfeiçoamento dos sistemas tributários.
  • Alívio das dívidas dos países mais pobres.

Ele destacou a importância de governos investirem em programas sociais, enfatizando que “não basta produzir, é preciso distribuir”. Lula também criticou as críticas que associam políticas públicas a práticas assistencialistas, defendendo a necessidade de colocar os pobres no orçamento.

Multilateralismo e a FAO

Lula reafirmou seu compromisso com o multilateralismo, afirmando que a fome é uma consequência da guerra, inclusive a tributária. Ele elogiou o trabalho da FAO e reiterou a importância da entidade das Nações Unidas no combate à fome global. Apesar disso, reconheceu que a capacidade de ação coletiva e o otimismo dos chefes de Estado estão “abalados”.

COP30 e o Futuro Climático

Ao abordar a COP30, que será realizada em Belém do Pará em novembro, Lula enfatizou a necessidade de cooperação internacional para enfrentar os desafios climáticos. Ele ressaltou que o combate à fome e à pobreza deve andar de mãos dadas com as ações climáticas e sugeriu a adaptação dos sistemas alimentares para a nova realidade do clima. Lula alertou que essa adaptação demandará recursos significativos dos países ricos.