Detalhes do Artigo
Latam Erra na Comunicação sobre Nova Tarifa Sem Bagagem de Mão: Entenda o Que Aconteceu
Latam Brasil Admite Falha na Comunicação sobre Novas Tarifas de Bagagem
Em um reconhecimento notável, o CEO da Latam Brasil, Jerome Cadier, admitiu nesta segunda-feira (20) que a companhia aérea falhou na comunicação ao lançar as novas tarifas que restringem o transporte gratuito de bagagem de mão em voos internacionais. A declaração foi feita durante a 21ª Assembleia Geral e Fórum de Líderes da ALTA (Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo), realizada em Lima, no Peru.
"Infelizmente, isso foi mal interpretado como se as companhias estivessem ‘cobrando pelo uso do compartimento’, quando, na verdade, trata-se de dar opções diferentes ao cliente. Reconhecemos que não comunicamos bem isso ao público", afirmou Cadier.
Contexto da Mudança e Implicações
A recente reformulação das tarifas da Latam e de outras companhias aéreas, como a Gol, tem gerado intensa repercussão. A principal mudança reside na restrição da bagagem de mão gratuita em voos internacionais, com a criação da tarifa chamada "Basic".
Cadier defende que esse novo modelo tarifário beneficia os passageiros que viajam com pouca bagagem e solicitou compreensão das autoridades brasileiras. "Eu espero que o Congresso entenda que isso é bom para o Brasil, é bom para o consumidor brasileiro."
Repercussão no Congresso e Reações
A iniciativa da Latam e da Gol gerou uma forte reação no Congresso Nacional. Na semana passada, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou a votação de urgência do PL 5.041/2025. Este projeto de lei visa garantir ao passageiro o direito de transportar uma mala de mão e um item pessoal sem custos adicionais em voos domésticos e internacionais.
A situação ganhou ainda mais destaque após a Gol adotar uma política semelhante, permitindo apenas uma bolsa ou mochila de até 10 kg sob o assento, sem direito à mala de mão no compartimento superior.
Defesa do Consumidor e Posicionamento das Empresas
A mudança nas políticas de bagagem provocou a atuação de órgãos de defesa do consumidor, como o Procon-SP e a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), além da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que notificaram as companhias aéreas pedindo esclarecimentos sobre a transparência e clareza das informações.
As empresas, por sua vez, negam que estejam cobrando taxas adicionais, argumentando que se trata de uma nova categoria de tarifa com desconto para quem viaja com menos bagagem. A Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) reforça que as mudanças buscam "oferecer mais flexibilidade de preço e escolha ao passageiro".