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Fundos Imobiliários Desafiam Juros Altos e Mantêm Captação Forte: O Que Estão Vendo os Investidores?
FIIs Mostram Resiliência em Meio a Juros Altos e Visão Otimista para 2025
Apesar do cenário de juros elevados no Brasil, a indústria de Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs) demonstra resiliência, com ofertas sólidas e projeções positivas para o futuro. Gestores de recursos ouvidos pela Broadcast, sistema de notícias do Grupo Estado, indicam que o setor deverá encerrar 2025 com um volume de captação ligeiramente inferior ao de 2024, um resultado considerado bom diante da preferência dos investidores por renda fixa.
Desempenho Atual e Perspectivas
As captações de FIIs totalizaram R$ 31,5 bilhões até setembro, representando 71% do valor captado em todo o ano de 2024 (R$ 44,3 bilhões). Este montante já supera os R$ 30,4 bilhões de 2023, conforme levantamento da Hedge Investments.
André Freitas, sócio-fundador da Hedge, estima que as captações possam alcançar cerca de R$ 40 bilhões até dezembro, mantendo um ritmo surpreendente. A expectativa é que a queda da Selic impulsione a valorização das cotas e amplie o espaço para novas captações. Segundo Freitas, a tendência é que o mercado reaja positivamente a essa mudança, seguindo um padrão tradicional da indústria.
Impacto da Queda da Selic
A iminente queda da Selic é vista como um catalisador para o crescimento do setor. Máximo Lima, sócio-fundador da HSI Investimentos, destaca que a redução dos juros pode impulsionar o mercado, valorizando as cotas e facilitando a compra e venda de ativos. No entanto, ele ressalta a importância de um corte gradual para evitar repiques inflacionários.
Fundos de CRIs Lideram Captações
Os fundos de papel, que investem principalmente em dívidas de empresas do setor, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), continuam a liderar as captações. Esses fundos representaram 33% do volume total captado no ano, somando R$ 10,4 bilhões. A atratividade dos CRIs reside na sua natureza de renda fixa, atraindo investidores em busca de segurança.
A crescente dificuldade das incorporadoras em obter crédito bancário tem impulsionado a busca por capital no mercado, conforme observa Jorge Nobre, líder de negócios imobiliários da CVPAR. Marcos Freitas, gestor da AZ Quest, acrescenta que a diferença de custo entre buscar recursos com gestoras ou bancos tradicionais tem se tornado pequena, incentivando o uso de fundos imobiliários.
Novas Estratégias para Crescimento
A indústria tem adotado novas estratégias para impulsionar o crescimento e a liquidez:
- Aceitação de Imóveis em Troca de Cotas: Fundos como o TRX Real Estate (TRXF11) têm aceitado a entrega de imóveis para compor o portfólio. Essa estratégia oferece aos vendedores a vantagem de converter ativos de baixa liquidez em cotas negociadas na Bolsa.
- Oferta de Cotas em Classes Sênior e Subordinada: A combinação de fluxos previsíveis com correção inflacionária na classe sênior tem atraído investidores. Gestoras como Life Capital, Paladina e Hedge têm utilizado essa estratégia.
Gabriel Barbosa, sócio e gestor da TRX Investimentos, destaca que a estratégia de troca de imóveis por cotas tem sido bem-sucedida, atraindo proprietários interessados em replicar o modelo. A Life Capital e outras gestoras oferecem novas estratégias para captações.
Com um cenário de juros em queda e estratégias inovadoras, os FIIs demonstram resiliência e potencial de crescimento, oferecendo oportunidades atraentes para investidores.