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Demissão nas Férias em 2025: CLT Protegidos? Direitos, Estabilidade e o que as Empresas Precisam Saber

Publicada em: 30-09-2025 Autor: Yuri Kiluanji

Férias e Demissão: O que a CLT Garante aos Trabalhadores?

Com a proximidade do final de 2025, muitos trabalhadores CLT se preparam para desfrutar de seus merecidos 30 dias de férias. Este período de descanso, essencial para a saúde física e mental, é um direito assegurado pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Mas surgem dúvidas: posso ser demitido durante as férias? E o que acontece se a empresa desrespeitar a lei?

Demissão Durante as Férias: Uma Prática Ilegal

A CLT, em seu artigo 129, é clara: o contrato de trabalho permanece válido durante as férias, mas fica suspenso. Isso significa que nem empregador nem empregado têm obrigações ativas. Portanto, qualquer tentativa de rescisão contratual nesse período é ilegal e passível de contestação judicial.

Por que a lei proíbe demissões em férias?

A legislação trabalhista visa proteger o vínculo empregatício e garantir o descanso do trabalhador. Impedir a demissão durante as férias evita que o funcionário seja surpreendido com a perda do emprego enquanto está afastado. As férias são cruciais para a produtividade, o engajamento e a redução de falhas nas empresas. Um trabalhador descansado é, em geral, mais eficiente.

Consequências para a Empresa que Descumpre a Lei

Se a empresa demitir um funcionário em férias, poderá ser responsabilizada judicialmente. A Justiça do Trabalho reconhecerá a nulidade da dispensa e obrigará o pagamento de:

  • Saldo de salário
  • 13º proporcional
  • Férias proporcionais acrescidas de um terço
  • Indenizações adicionais (como danos morais, dependendo da situação)

Além dos custos financeiros, a empresa pode sofrer prejuízos de reputação, com processos trabalhistas públicos que afetam a imagem corporativa e o relacionamento no mercado.

Demissão Após as Férias: O que a Lei Permite?

Embora a demissão durante as férias seja proibida, a lei não impede que o empregador desligue o funcionário após o retorno ao trabalho. Nesses casos, as modalidades de rescisão previstas na CLT são válidas:

  • Sem justa causa: a empresa decide encerrar o contrato sem motivo específico, pagando todas as verbas rescisórias e cumprindo o aviso prévio.
  • Com justa causa: aplicável em situações específicas, como faltas graves, indisciplina ou mau comportamento.
  • Por acordo mútuo: quando empregado e empregador entram em consenso sobre a rescisão.

Em todas as situações, o pagamento das verbas rescisórias deve ser feito dentro do prazo legal, incluindo 13º proporcional, férias proporcionais (com adicional de um terço) e saldo de salário.

Estabilidade no Emprego e Acordos Coletivos

A estabilidade no emprego garante a continuidade do vínculo empregatício por um período definido, geralmente em situações de maior vulnerabilidade (pré-aposentadoria, gravidez, acidente de trabalho). Essa garantia não está diretamente prevista na CLT, mas pode ser determinada por convenções coletivas ou acordos de categoria, que podem prever estabilidade provisória e multas para empresas que descumprirem.

O que Fazer em Caso de Demissão Irregular?

Se o trabalhador for demitido durante as férias, é fundamental buscar orientação jurídica imediatamente. A Justiça do Trabalho pode anular a dispensa e garantir o pagamento dos direitos. Se a demissão ocorrer após o retorno, verifique se todas as verbas rescisórias foram pagas corretamente, e em caso de dúvidas, consulte o sindicato da categoria, o RH da empresa ou um advogado trabalhista.

Por que Conhecer as Regras é Essencial?

O desconhecimento da lei leva a abusos no ambiente de trabalho. Conhecer seus direitos, como a proteção do descanso das férias e a estabilidade prevista em acordos coletivos, capacita os trabalhadores a agir diante de irregularidades. Para as empresas, respeitar a lei evita custos judiciais, preserva a imagem e fortalece a confiança com os colaboradores. Férias são um direito fundamental, intocável e protegido pela Justiça.