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CPI do INSS: Líder do PL Intensifica Oposição a Lula Após Revés do Governo

Publicada em: 18-10-2025 Autor: Yuri Kiluanji

Sóstenes Cavalcante entra na CPI do INSS e Bolsonaro cobra articulação para 2026

O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), decidiu integrar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A decisão ocorre após uma série de reveses sofridos pela oposição e vitórias do governo Lula.

Entrada na CPI e Estratégia

Sóstenes atuará como suplente no bloco que inclui União Brasil, PP, MDB, PSD, Republicanos, Podemos e a federação PSDB-Cidadania. Segundo o deputado, o objetivo é colaborar com o trabalho do líder do PL no Senado, Rogério Marinho, e reverter o cenário desfavorável.

“Entrei para contribuir e colaborar com o belo trabalho do líder Rogério Marinho (PL-RN) no Senado, para a gente voltar a ganhar os requerimentos nas próximas semanas”, afirmou Sóstenes ao Estadão.

Vitórias do Governo e Reações da Oposição

O governo Lula tem conseguido se sobrepor na CPI do INSS, garantindo a maioria nas votações mais importantes. A articulação da base governista impediu a convocação de José Ferreira da Silva (Frei Chico), irmão de Lula, e a prisão do presidente do Sindnapi, Milton Baptista de Souza Filho (Milton Cavalo).

A oposição bolsonarista critica essa atuação, acusando o governo de "blindar" figuras chave para a investigação e atribuindo as vitórias ao “fisiologismo” do Centrão.

Visita a Bolsonaro e Planos Futuros

Em visita ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar, Sóstenes expressou confiança no trabalho de Rogério Marinho e anunciou a intenção da oposição de apresentar um novo requerimento para convocar Frei Chico.

Cobrança por Maior Articulação

Durante a conversa, Bolsonaro cobrou maior articulação entre os presidentes de partidos de direita visando as eleições de 2026. A ideia é que encontros mais frequentes resultem em “ainda mais resultados positivos” para enfrentar o governo atual. O ex-presidente planeja conversar com Valdemar Costa Neto, presidente do PL, sobre o assunto.

Em setembro, União Brasil e Progressistas (PP) anunciaram o desembarque do governo Lula, antecipando a articulação de uma candidatura de direita para 2026. Os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado (GO) e Ratinho Júnior (PR) são cotados para liderar esse movimento.

Anistia do 8 de Janeiro

Bolsonaro também questionou Sóstenes sobre a articulação pela anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. O projeto, que pode beneficiar o ex-presidente, está em tramitação na Câmara. O relator, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), aguarda o retorno do texto do Senado para que seja pautado na Câmara. Caso a proposta não contemple a anistia ampla, o PL apresentará um destaque para ampliar o perdão.