Detalhes do Artigo

China: Exportações Batem Recorde, Mas Tensão com EUA Aumenta Riscos
Exportações Chinesas Aceleram em Setembro, Mas Tensões Comerciais Persistem
Pequim (Reuters) - O crescimento das exportações da China acelerou em setembro, impulsionado por uma diversificação de mercados, mas as tensões comerciais renovadas com os Estados Unidos reacendem preocupações sobre empregos e deflação em uma economia que depende fortemente das exportações.
Crescimento das Exportações e Estratégias de Diversificação
A segunda maior economia do mundo tem intensificado a diversificação de seus mercados de exportação para mitigar os impactos das tarifas impostas pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Essa estratégia tem ajudado a manter o crescimento do PIB próximo à meta de aproximadamente 5% para o ano.
Ameaças de Novas Tarifas e Seus Impactos
No entanto, essa estratégia pode ser desafiada se Trump cumprir sua ameaça de reimpor tarifas significativas sobre a China, em resposta aos controles de exportação de terras raras anunciados por Pequim. Analistas alertam para um potencial impacto adverso.
"Embora a economia da China tenha se mostrado mais resiliente diante das tarifas dos EUA do que muitos temiam, ainda há um potencial significativo de desvantagem em relação a um rompimento mais profundo com os EUA", afirmou Julian Evans-Pritchard, analista da Capital Economics.
Desempenho das Exportações em Detalhes
As exportações da China aumentaram 8,3% em setembro, superando a alta de 6% prevista e registrando o crescimento mais rápido desde março. Em agosto, o crescimento foi de 4,4%.
Apesar do crescimento positivo, a ameaça de Trump de elevar as tarifas acima de 100% poderia causar um choque deflacionário e prejudicar exportadores menores e empregos.
Guerra Comercial e o Papel das Terras Raras
A China possui uma posição quase monopolista em terras raras e ímãs, o que lhe confere uma vantagem na guerra comercial. Controles de exportação nesses produtos poderiam paralisar cadeias de oferta globais em setores como automóveis, energia verde e aeronaves.
Perspectivas e Possíveis Soluções
A maioria dos analistas espera que Pequim e Washington busquem uma diminuição da escalada nas próximas semanas, preservando a possibilidade de uma reunião entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, em uma cúpula da Apec na Coreia do Sul.
Desempenho das Exportações por Região
- EUA: Queda de 27% em relação ao ano anterior.
- União Europeia: Crescimento de 14%.
- Sudeste Asiático: Crescimento de 15,6%.
- África: Crescimento de 56,4%.
“As empresas chinesas estão entrando ativamente em novos mercados com a vantagem relativa de custo de seus produtos, isso é certo”, comentou Xu Tianchen, economista sênior da Economist Intelligence Unit em Pequim. “Os Estados Unidos representam atualmente menos de 10% das exportações diretas da China.”
Importações e Superávit Comercial
As importações da China cresceram 7,4% em setembro, o ritmo mais rápido desde abril de 2024. O superávit comercial do país caiu para US$90,45 bilhões em setembro, abaixo dos US$102,33 bilhões do mês anterior.